Quem imaginaria no final do século passado os meios de comunicação noticiando a intervenção do Estado na Economia, ninguém apostaria que isso poderia acontecer, os “especuladores de plantão “ , os gurus neoliberais pregavam exatamente o contrário, as privatizações das principais estatais, da saúde pública, defendiam que os direitos dos trabalhadores impedia o crescimento econômico , que a educação deveria ser vista pelo estado com despesa e não como investimento, que os mecanismo de distribuição de renda eram coisas do passado.
E hoje temos os noticiários inundando de matérias que foi aprovado no Congresso Nacional Estadunidense o pacote de ajuda de mais de 25 bilhões de dólares do Governo dos EUA para as montadoras. Onde estabeleceram duras regras a serem seguidas por estas corporações, além disso o Governo do EUA passou a ser detentor de perto de 20 % das principais ações das companhias automobilísticas. Com esta medida, é claro que as bolsas de valores pelo mundo iriam subir, mais dinheiro público para esse saco sem fundo .
O pior de tudo é que estes mesmos veículos de comunicação não fazem reflexão sobre aquilo que foram pilares fundamentais e que ajudaram a construir as desregulamentações do Estado.
Parece que o Muro de Berlim dos neoliberais acabou de cair. Os fatos demonstram que o mercado não conseguiu se auto regular como defendiam quando lapidavam os Estados Nacionais. Há muito tempo vários intelectuais apontavam que este sistema entraria em colapso,
Os movimentos sociais sempre estiveram denunciando os acertos e as tremendas desigualdades causadas no mundo inteiro por este sistema, que hoje quer dividir os prejuízos com aqueles que nunca tiveram acesso aos ganhos. Temos que continuar a dar resposta a esta discussão de 1995.
Não podemos esquecer de relatar vários fatores que convergem neste processo: para poder aprovar as medidas neoliberais ao longo de 20 anos, montou-se uma grande trama de corrupção que passa pelo executivo, legislativo e principalmente pelo judiciário, basta lembrar o caso de Daniel Dantas, que começa atuar no final dos anos 90. Esse grupo de investidores e especuladores acabou convergindo com ajuda dos grandes veículos de comunicação em um poder paralelo ao Estado.
Para pensarmos a crise não podemos se ater somente ao agora, precisamos pensa-lo no processo histórico que se desenvolveu, para que esta crise não seja usado como mais um mecanismo de sobre vida ao capitalismo.Para isso somente os movimentos sociais organizados conseguiram dar respostas a esta ofensiva contra as garantias conquistadas principalmente a dos trabalhadores.
Lisandro Vieira
Professor de História
Mestrando
1 comentário:
Olá Lisandro! gostei da matéria, e da citação do meu professor Zé Paulo Netto.Quer visitar o blog sobre isso? http://evegetativo.blogspot.com/
Estado Vegetatitvo, o nome é pelo fato de que o Brasil vegetou politicamente nos anos 90.
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