quinta-feira, 5 de março de 2009

Collor e Renan, a volta da dupla dinâmica

Ontem no Senado Federal elegeu o ex Presidente Fernando Collor de Mello que sofreu o impeachment em 1992 como novo presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal.
Esta vitória em cima da senadora Ideli Salvatti (PT-SC) só ocorreu em função de um acordo feito para a eleição do Senado entre o PMDB de Renan Calheiros e o PTB, do agora senador Fernando Collor. O PMDB contou com os votos do PTB, em troca o PMDB bancaria o nome de Collor para presidir a comissão, o DEM também apoiou Collor..
Tradicionalmente dentro do senado a escolha do presidente das comissões era feita com base na proporcionalidade dos partidos, sendo assim caberia naturalmente ao PT a indicação para esta comissão. O fato mais estranho disso tudo foi o posicionamento do PSDB, que votou com o PT, por concordar com o que sempre foi estabelecido. Com podemos confirmar com esta declaração do senador Arthur Virgílio do PSDB “O que mais me contestou neste episódio todo, foi o precedente que abriram com a queda do principio da proporcionalidade, isso que é imperdoável “.
Em seu pronunciamento Collor tentou elogiar Ideli Salvati. “É uma pessoa que congrega, agrega, cisca para dentro", definiu.
O senador Aloizio Mercadante defendeu a senadora dizendo quem cisca é galinha, “Essa expressão não faz parte da história nem da biografia e nem do mandato dela". Mercadante também qualificou essa aliança de “espúria”.
Contudo, podemos discordar do senador Mercadante, devemos lembrar que historicamente estes dois personagens já foram grandes aliados no passado.
Renan Calheiros surgiu no cenário nacional em 1989 durante a campanha do candidato Fernando Collor à Presidência da República. Quando do impeachment, fazia parte da "tropa de choque" que defendia Collor.
Segundo Chico Bruno do Folha do Amapá, “Com a queda de Collor em 1992, Renan Calheiros, aos poucos, foi se recompondo politicamente, sempre apegado aos governos de plantão. Começou com Itamar Franco, atravessou FHC, chegando a ministro da Justiça, e desaguando no apoio a Lula em 2003.” Ou seja antigos aliados articulando conjuntamente agora.
O que o PMDB esta fazendo é mostrando sua verdadeira face, o que esta se tornando um grande problema para o PT , para Lula e principalmente para a sucessão presidencial. Os caciques do PMDB caminham na direção de seus velhos companheiros do passado.
Vamos citar alguns caciques deste partido, começando pelo presidente da Câmara Michel Temer, passando pelo presidente do Senado e Ex presidente da República José Sarney, mais o senador Renan Calheiros, Orestes Quércia. Joaquim Roriz do Distrito Federal que renunciou no senado em 2007 para não ser cassado, quando Sarney foi presidente nomeou Roriz como Governador. Outra figura pitoresca o ex governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, o atual ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima, a senadora Roseana Sarney, o ministro das Minas e Energia, Edson Lobão. Do agora polemico senador Jarbas Vasconcelos que fez várias denuncias a seu partido, do líder do governo petista no senado,Romero Jucá de Roraima, do senador Pedro Simon, da deputada Rita Camata. De Jader Barbalho aquele de vários escândalos, entre eles a briga com o ex presidente do senado Antonio Carlos Magalhães no caso dos votos do painel eletrônico, Barbalho acabou sendo preso pela Polícia Federal em 2002. Do deputado Ibsen Pinheiro, do prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes, que já foi líder do governo FHC na Câmara Federal. Enfim, entre tantos outros que antes do Governo Lula, faziam parte da base aliada de FHC, outros do período de Collor, depois de Itamar.Ou seja, sempre fizeram do PMDB um grande balcão de negócios.
O PT ao abrir tanto espaço no governo para o PMDB lhe dando 6 ministérios, além de vários cargos importantes no Governo Federal, em nome da governabilidade acabou se tornando refém desta política imposta pelo PMDB.
Diante de tudo é muito pertinente os debates iniciados pelo Bloco de Esquerda no Congresso Nacional, formado pelos partidos PCdoB, PSB, PDT, PMN, PAN e PRB, para que a base aliada do governo Lula tenha mais de um candidato ao planalto, e Ciro Gomes está se apresentado como possível candidato deste grupo.
Só assim o PT aprenderá a valorizar quem realmente são seus companheiros, então senador Mercadante esta aliança entre Renan e Collor não é espúria, e sim o realimento natural dos que sempre tiveram as benesse do Estado.
Para encerrar esta breve analise, vejamos o depoimento do senador do PMDB de Minas Gerais Wellington Salgado, ontem na seção do senado “ Se Tim Maia tivesse vivo falava, só não vale homem com homem e mulher com mulher, o resto vale” . Além de preconceituoso este depoimento corrobora com a afirmação de que o PMDB é um balcão de negócios, esdrúxulos é claro.

Lisandro Cesar Vieira
Professor de História
Vice- Presidente do PCdoB de Guarapuava.

1 comentário:

Prof.(a) Rose Mari disse...

E meu amigo camarada a arte da Política não e fácil, acho q. temos q, estudar de novo Maquiavel que tal a idéia...proponho q. vc faça um debate sobbre O Príncipe...governar o Brasil na institucioanlidade ta cada vez mais complicado.
Inté
Rose Mari Gomes